quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Reciclagem, uma faca de dois gumes








Reciclagem, uma faca de dois gumes. É assim que tem se tornado uma das principais atividades profissionais e ecologicamente correta, sendo que a idéia de trabalhar com materiais recicláveis é bem mais abrangente do que parece, pois sabemos que “tudo é reciclável, porém nem sempre é rentável”. O erro está na origem dos materiais, que em alguns casos são provenientes de furtos, transformando os compradores em receptadores destes furtos. e como à maioria das grandes profissões, esta também surgiu do trabalho informal. Se por um lado temos uma sucessão de catadores desses materiais, os quais põem as suas vidas em risco, por outro lado temos meia dúzia de milionários, proprietários de grandes indústrias, que vivem desse trabalho semi-escravo. É claro que ao crescer o trabalho que envolve a reciclagem, iria aparecer o principal problema a ser resolvido: “a consciência ecológica”. Consciência esta que deveria ter sido tratada na sua origem, pois quando uma pessoa junta uma garrafa pet, ela deveria em primeiro lugar pensar no bem que esta fazendo a natureza e em segunda instância o quanto isso pode lhe render financeiramente. Mas como o seu principal predador, o homem, pensa no imediatismo, esquece que gerações futuras dependem daquela simplória atitude. A consciência dos ignorantes de cultura depende primeiramente da consciência dos intelectuais, ignorantes de espírito, pois estes sabem o que estão fazendo e ignoram o bem comum, como se a vida deles não dependesse da vida alheia.
A faca de dois gumes está em exemplos do tipo: fio elétrico possui cobre, que é 100% reciclável e caro, mas se pensarmos em furtar pára vender todos os fios elétricos que encontramos pela frente (casas fechadas, postes de rede elétrica...), estaremos pensando no lucro antes da ecologia (que é vida), assim como infringindo uma das mais importantes regras de nossa sociedade a honestidade. O que faremos com o dinheiro do material que reciclamos de maneira predatória e desonesta, quando não tiver-mos mais água para comprar, ar para respirar, ou até energia elétrica para ligar o computador que este texto escreve. Pense, reflita, olhe, depois venda esses materiais com a certeza de estar contribuindo para o bem estar da coletividade e do planeta.


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